quinta-feira, 22 de julho de 2010

Consultório Oftalmológico do INCA adquire equipamento capaz de detectar qualquer tumor da retina

Um equipamento de última geração, que detecta em poucos minutos qualquer tipo de tumor na retina acaba de chegar ao Consultório Oftalmológico Infantil do INCA. O RetCam 3 captura fotos e vídeos da retina com facilidade e rapidez. Essa é a primeira máquina deste modelo a ser instalada no Brasil. Até agora, o diagnóstico era feito através do oftalmoscópio indireto e pelo exame do fundo do olho.

O procedimento não dura mais que alguns minutos e é indolor. Previamente, o paciente recebe um colírio anestésico. A foto é feita por uma ‘pistola’ lubrificada com gel. A identificação de tumor é imediata: basta a avaliação do médico.

O equipamento produz imagens digitais em alta resolução, que permitem acompanhamento do caso e documentação em longo prazo. O aparelho também possibilita a edição de aspectos das imagens fixas e também dos vídeos, como brilho e saturação de cores.


“Agora o INCA possui tecnologia capaz de diagnosticar e acompanhar fazendo a documentação necessária, qualquer tipo de tumor oftalmológico intraocular”, afirma Evandro Lucena, oftalmologista do Instituto. “Esse é um equipamento que qualquer clínica gostaria de ter”, acredita.

Lucena explica que a RetCam 3 é facilmente operada. “Funções comuns foram padronizadas e integradas, reduzindo o número de etapas por tarefa. A interface simplifica o trabalho, tornando o equipamento acessível para os usuários.”

Fonte: INCA

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Livro "Anticâncer" de David Servan-Schreiber

Médico francês conta como venceu o câncer e revela como prevenir a doença usando nossas defesas naturais

MAIS DE 250 MIL EXEMPLARES VENDIDOS NA FRANÇA

"Todos temos um câncer dormindo em nós." Esta frase, estarrecedora para muitos, é o ponto de partida do livro Anticâncer, do médico e pesquisador francês David Servan-Schreiber. E, de maneira nenhuma, deve ser motivo de alarme; pelo contrário, é exatamente esta certeza que nos torna capazes de vencer essa doença – a maior causa de mortalidade no mundo ocidental.

É Servan-Schreiber quem explica: "como todo organismo vivo, nosso corpo fabrica células defeituosas permanentemente. É assim que nascem os tumores. Mas nosso corpo é também equipado com múltiplos mecanismos que lhe permitem detectá-los e contê-los. No Ocidente, uma pessoa em cada quatro vai morrer de câncer, mas três em cada quatro não morrerão. Para estas últimas, os mecanismos de defesa terão dominado o câncer".

O autor não fala somente como pesquisador. Em 1981, quando tinha apenas 30 anos, Servan-Schreiber teve câncer no cérebro. Foi tratado pelos métodos convencionais, e depois teve uma recaída. Foi então que decidiu pesquisar, para além dos métodos habituais, tudo que podia ajudar seu corpo a se defender. Na qualidade de médico, pesquisador e diretor do Centro de Medicina integrado à Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, teve acesso a informações preciosas sobre as abordagens naturais que podem contribuir para prevenir ou tratar o câncer. Hoje, ele vive em plena saúde há mais de sete anos.

Em Anticâncer, Servan-Schreiber faz o relato de tudo o que aprendeu. Conta que, depois da dura experiência de combater a doença com uma cirurgia e várias sessões de quimioterapia, pediu ao seu oncologista conselhos sobre a vida que deveria levar para evitar uma recaída. "Não há nada de especial a fazer. Viva normalmente, e se o tumor reaparecer, o detectaremos bem cedo", lhe teria respondido o especialista.

Inconformado, o autor decidiu compreender aquela doença que o afligia.

Precisou de meses de pesquisa para começar a entender como poderia ajudar seu corpo a se armar contra o câncer. Participou de conferências nos Estados Unidos e na Europa, percorreu bases de dados médicos e dissecou publicações científicas. "Rapidamente percebi que as informações eram parciais e dispersas, e que não adquiriam a totalidade de seu sentido senão quando reunidas", explica ele, no prefácio de seu livro.

O que a pesquisa de Servan-Schreiber tem de inovadora é dar aos nossos próprios mecanismos de defesa o papel central na luta contra a doença. "Eis o que aprendi: se todos temos células cancerosas dentro de nós, temos também um corpo preparado para frustrar o processo de formação de tumores. Compete a cada um de nós utilizá-lo. O câncer é muito mais uma questão de estilo de vida do que de genes", afirma o médico, derrubando o mito da pré-disposição genética como fator principal na incidência do câncer.

Sua pesquisa revela que na Ásia, os cânceres que afligem o Ocidente – como o câncer de mama, do cólon ou da próstata – são de sete a setenta vezes menos freqüentes. Entre os homens asiáticos que morrem de outras causas que não seja a doença, contudo, encontram-se tantos microtumores pré-cancerosos na próstata quanto entre os ocidentais. Alguma coisa na maneira de viver deles impede que os tumores se desenvolvam.

Em compensação, ele explica, entre os japoneses instalados no Ocidente, a taxa de câncer alcançou a nossa em uma ou duas gerações. Alguma coisa na nossa maneira de viver impede que o nosso corpo seja capaz de combater eficazmente essa doença.

Dos anos 40 para cá, o ambiente está cada vez mais carregado de produtos químicos sintéticos notoriamente cancerígenos – amianto, benzina, pesticidas, entre outros. Além disso, a alimentação também mudou: consumimos mais açúcar (de cinco quilos anuais por pessoa em 1830 para 70 quilos em 2000) e mais gordura hidrogenada, muitas vezes sem nem perceber. O ômega 6, uma das piores gorduras que há, está presente nas rações servidas ao gado leiteiro e de corte e às aves de granja em quase todos os países do mundo. Pesquisas revelaram que em 2000, os ovos continham vinte vezes mais ômega 6 que em 1970.

Sem jamais duvidar do poder da medicina tradicional – que lhe salvou a vida – e depois de ter testado em si mesmo tratamentos experimentais recém-saídos das pesquisas de ponta, Servan-Schreiber explica que nós podemos estimular nossas defesas naturais contra esse mal, que "é mais uma questão de estilo de vida que de genes".

Neste sentido, Anticâncer apresenta uma nova visão dos mecanismos do câncer, fundada no papel essencial do sistema imunológico, na descoberta de mecanismos inflamatórios que facilitam o crescimento de tumores, e na possibilidade de bloquear seu desenvolvimento, impedindo sua realimentação através de novos vasos sangüíneos.

Compreender e curar as feridas psicológicas que alimentam os mecanismos biológicos que agem sobre o câncer: Servan-Schreiber defende que, embora não se possa "fabricar" um câncer, muitos oncologistas já aceitam a teoria de que, assim como a alimentação, a qualidade do ar e da água, a falta de exercício e os estresses psicológicos influenciam profundamente o terreno no qual o câncer pode se desenvolver.

Ele afirma que a maior parte dos pacientes com quem conversou "se lembra de uma fase especial de estresse nos meses ou nos anos que precederam o diagnóstico de câncer. No mais das vezes, se trata de uma provação que nos deixa com um sentimento terrível de impotência: o sentimento de que nossa vida não nos pertence mais, de que não há mais alegria a se esperar dela. (...) Essas situações não desencadeiam um câncer, mas (...) hoje em dia se sabe que podem permitir que ele se desenvolva", explica.

Tirar melhor proveito da relação com o próprio corpo, a fim de agir sobre o sistema imunológico e de acalmar a inflamação que faz crescer os tumores: o médico recomenda a retomada do exercício físico como maneira de aumentar a consciência corporal. Conhecer melhor o corpo torna as pessoas mais capazes de identificar problemas e anseios.
Além disso, a atividade física notoriamente reduz a quantidade de tecido gorduroso, principal local de estocagem de toxinas cancerígenas; modifica em profundidade o equilíbrio hormonal e atua diretamente sobre o sistema imunológico.

No entanto, apesar de se basear em cuidadosa pesquisa, o livro Anticâncer não é um manual de biologia. Mesclando com equilíbrio passagens puramente científicas com relatos emocionantes de sua vida pessoal, Servan-Schreiber não esconde que o confronto com esta doença é uma aventura interior. Seu livro inclui reflexões sobre o nascimento do seu único filho e o fim do casamento com a mãe dele, em meio à turbulência do primeiro diagnóstico de câncer; lembranças da relação com a família e com o trabalho; prazeres, sucessos e frustrações.

Todas essas emoções, para ele, tiveram influência direta nas mudanças que fizeram da sua vida o que ela é hoje. "São alegrias e sofrimentos, descobertas e fracassos, que hoje fazem de mim um homem consideravelmente mais cheio de vida do que há 15 anos", conclui.

Este post é dedicado a colaboradora DANIELA DE MELO APOLUCENO.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Introdução sobre o Câncer

Câncer é a proliferação descontrolada de células anormais do organismo. As células normais do corpo vivem, se dividem e morrem de forma controlada. As células cancerosas são diferentes, não obedecem a esses controles e se dividem sem parar. Além disso, não morrem como as células normais e continuam a se proliferar e a produzir mais células anormais.

Essa divisão descontrolada das células é provocada por danos no DNA, o material genético presente em todas as nossas células e que comanda todas as suas atividades, inclusive as ordens para a célula se dividir. Na maior parte das vezes, o próprio DNA detecta e conserta seus erros. Nas células cancerosas, porém, o mecanismo de reparo não funciona. Esses defeitos no mecanismo de reparo podem ser herdados e estão na origem dos cânceres hereditários. Na maioria dos casos, porém, o DNA se altera por causa da exposição a fatores ambientais, entre eles, o fumo, sol, alguns vírus e alimentação.

As células cancerosas geralmente formam um tumor, uma massa de células com crescimento anormal. Existem exceções, como as leucemias, em que as células doentes estão presentes no sangue e percorrem o corpo todo. Freqüentemente, as células cancerosas se desprendem do tumor, viajam para outra parte do corpo onde passam a crescer e a substituir o tecido sadio, num processo chamado metástase.

Nem todos os tumores são cancerosos. Os chamados tumores benignos não têm a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo, mas merecem atenção e podem exigir tratamento, dependendo do local onde aparecem.

Diferentes tipos de câncer têm comportamentos diferentes, exigem tratamentos diferentes até mesmo quando se trata de câncer do mesmo órgão. Há cânceres de próstata extremamente agressivos, de progressão rápida e outros menos agressivos, de desenvolvimento lento. Por isso, o tratamento é específico para cada caso.

O câncer é a segunda causa de morte nos Estados Unidos e está entre as três primeiras no Brasil. A cada ano, 8 milhões de pessoas em todo o planeta recebem o diagnóstico de câncer. De forma geral, uma em cada três mulheres e um em cada dois homens tem, teve ou terá câncer. Quanto mais cedo a doença é detectada, maiores as chances de sobrevivência.

O que é câncer

Câncer é a proliferação descontrolada de células anormais do organismo. As células normais do corpo vivem, se dividem e morrem de forma controlada. As células cancerosas são diferentes, não obedecem a esses controles e se dividem sem parar. Além disso, não morrem como as células normais e continuam a se proliferar e a produzir mais células anormais.

Essa divisão descontrolada das células é provocada por danos no DNA, o material genético presente em todas as nossas células e que comanda todas as suas atividades, inclusive as ordens para a célula se dividir. Na maior parte das vezes, o próprio DNA detecta e conserta seus erros. Nas células cancerosas, porém, o mecanismo de reparo não funciona. Esses defeitos no mecanismo de reparo podem ser herdados e estão na origem dos cânceres hereditários. Na maioria dos casos, porém, o DNA se altera por causa da exposição a fatores ambientais, entre eles, o fumo, sol, alguns vírus e alimentação.

As células cancerosas geralmente formam um tumor, uma massa de células com crescimento anormal. Existem exceções, como as leucemias, em que as células doentes estão presentes no sangue e percorrem o corpo todo. Freqüentemente, as células cancerosas se desprendem do tumor, viajam para outra parte do corpo onde passam a crescer e a substituir o tecido sadio, num processo chamado metástase.

Nem todos os tumores são cancerosos. Os chamados tumores benignos não têm a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo, mas merecem atenção e podem exigir tratamento, dependendo do local onde aparecem.

Diferentes tipos de câncer têm comportamentos diferentes, exigem tratamentos diferentes até mesmo quando se trata de câncer do mesmo órgão. Há cânceres de próstata extremamente agressivos, de progressão rápida e outros menos agressivos, de desenvolvimento lento. Por isso, o tratamento é específico para cada caso.

O câncer é a segunda causa de morte nos Estados Unidos e está entre as três primeiras no Brasil. A cada ano, 8 milhões de pessoas em todo o planeta recebem o diagnóstico de câncer. De forma geral, uma em cada três mulheres e um em cada dois homens tem, teve ou terá câncer. Quanto mais cedo a doença é detectada, maiores as chances de sobrevivência.

Como o Câncer Ocorre?

O câncer não aparece de uma hora para outra, é uma doença de desenvolvimento lento, que às vezes leva 20, 30, 40 anos para se manifestar. Lembre-se: é a partir de uma única célula que acumula mutações que o tumor se desenvolve. É por isso que hoje conhecemos muito mais gente com câncer do que nossos avós e bisavós. Até 1950, a doença era relativamente rara até porque eram poucos os seres humanos que chegavam aos 50, 60 anos de vida. No Brasil da década de 30, por exemplo, a expectativa de vida girava em torno dos 35 anos e o brasileiro morria de infecção, de diarréia, de pneumonia. As vacinas e antibióticos prolongaram nossa existência, mas também permitiram que vivêssemos o bastante para que o câncer se desenvolva.

Nosso estilo de vida também tem sua parcela de culpa no grande número de casos da doença. Se o tabaco fosse sumariamente banido do planeta, os casos de câncer cairiam 35% - isso sem falar na redução drástica dos casos de enfarte, derrame e efizema. Nossa dieta rica em carnes vermelha e pobre em fibras vegetais também é parte do problema, bem como nossas prolongadas exposições ao sol tropical.

O mais importante, porém, é ter em mente que nunca antes em nossa história tivemos tanto sucesso no tratamento do câncer. Se você ou alguém próximo recebeu diagnóstico de câncer, as chances de cura e de uma excelente qualidade de vida nunca foram tão grandes. Especialmente, se você estiver nas mãos de uma equipe especializada e multidisciplinar como a do Hospital A. C. Camargo. Aqui você vai ter acesso ao que há de mais moderno em técnicas de diagnóstico, acompanhamento e tratamento, com equipes de clínicos, radiologistas, cirurgiões, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e de reabilitação, todos empenhados em sua recuperação integral.

Prevenção e Fatores de Risco

Fator de risco é qualquer coisa que aumente a chance de alguém ter determinada doença. No caso do câncer, alguns podem ser evitados pela mudança de hábitos - deixar de fumar, beber moderadamente, usar filtro solar, ter uma dieta equilibrada - outros não. Entre estes últimos, estão o histórico familiar e a idade - o risco de desenvolver câncer aumenta com a idade.

Se uma pessoa estiver freqüentemente exposta a fatores de risco, ela tem maior chance de desenvolver câncer. Mas muita gente se expõe a um ou mais fatores de risco e não desenvolve câncer; enquanto outros, que nunca foram expostos, têm a doença. Isso ocorre porque há inúmeros fatores associados ao aparecimento de um tumor. Entre os fatores de risco para diferentes tipos de câncer estão:

Fumo (cigarros, charutos, cachimbo): câncer de pulmão, boca, laringe, bexiga, rins, esôfago e pâncreas. Sem o consumo de tabaco, os casos de câncer cairiam 35%!

Exposição ao sol sem proteção: câncer de pele.

Idade, alterações hormonais (como idade da primeira menstruação, número de gestações, idade do início da menopausa), obesidade, vida sedentária e, segundo alguns estudos, consumo de bebidas alcoólicas: estão entre os fatores de risco para o câncer de mama. Filhas e irmãs de pacientes com câncer de mama também precisam ter atenção redobrada - e começar os exames preventivos mais cedo, já que correm maior risco de desenvolver a doença.

Idade: é o principal fator de risco para o câncer de próstata. Não se sabe ao certo por quê, mas o risco é maior entre homens negros e afro-descendentes. Uma dieta rica em gorduras também parece aumentar o risco de surgimento do câncer. Filhos e irmãos de pacientes com câncer de próstata também precisam ter atenção redobrada - e começar os exames preventivos mais cedo, já que correm maior risco de desenvolver a doença.

Somados, fumo, hábitos alimentares, vida sedentária, infecções (por HPV, por exemplo) e exposição à radiação solar ou a produtos químicos são responsáveis por 75% dos casos de câncer. Segundo algumas pesquisas, 30% das mortes por câncer estão relacionadas a maus hábitos alimentares (consumo excessivo de carnes vermelhas e falta de fibras) e falta de exercícios físicos na idade adulta.

Diagnóstico

Sintomas são indicações de que algo está errado no organismo. Tosse e rouquidão podem ser sintomas de uma gripe. Tosse e rouquidão que se prolongam por semanas podem ser sinais de câncer no pulmão. Na maioria das vezes, sintomas não são suficientes para o médico diagnosticar esta ou aquela doença, daí a necessidade de se fazer exames de sangue, imagem ou até mesmo uma biópsia.

O câncer é uma dessas doenças que podem causar todo tipo de sintomas, dependendo do local onde aparece, do seu tamanho e se afeta outros órgãos ou tecidos próximos. À medida que um tumor cresce, ele vai pressionando tecidos vizinhos, vasos sanguíneos e nervos, dando origem a alguns sintomas. Dependendo do órgão ou do local, esses sintomas podem ser percebidos bem no comecinho da doença, como é o caso de alguns tumores cerebrais, que afetam os movimentos, ou a visão. Outros, como os de ovário, por exemplo, podem crescer bastante antes de produzir sintomas e levar a paciente ao médico.

O câncer pode provocar os mais variados sintomas, como febre, cansaço e perda de peso - porque suas células produzem substâncias que alteram o metabolismo ou porque elas consomem boa parte da energia do organismo ou ainda porque interferem com o sistema imunológico e ele reage com esses sintomas. Outros cânceres - como o de pâncreas - podem liberar substâncias que provocam a formação de coágulos que entopem veias das pernas ou outras que agem como hormônios e alteram os níveis de cálcio do corpo, afetando o funcionamento dos nervos e músculos.

A detecção precoce do câncer aumenta em muito as chances de sucesso do tratamento, já que é mais fácil tratar o tumor ainda pequeno, quando dificilmente teve chance de se espalhar para outras partes do corpo. É o caso, por exemplo, do melanoma, a forma mais grave de câncer de pele. Se ele ainda não penetrou nas camadas mais profundas da pele, sua remoção cirúrgica permite uma taxa de quase 100% de sobrevida após 5 anos. Esse índice cai drasticamente se o melanoma é descoberto e tratado quando já se espalhou para outras partes do corpo.

Por desconhecimento ou medo do diagnóstico, muita gente ignora os primeiros sintomas do câncer e adiam a consulta ao médico. Um caroço no seio pode, sim, ser apenas um cisto que vai desaparecer naturalmente com o tempo; mas também pode não ser. Daí a importância de consultar o médico. Sinais como febre, cansaço, dores nas articulações podem ser causados por uma série de problemas, câncer inclusive. Por isso, ir ao médico e checar do que se trata é fundamental.

É importante conhecer os sintomas mais gerais do câncer, sempre tendo em mente que o aparecimento deles não significa que a pessoa tem a doença. Você vai perceber que eles são comuns a vários tipos de problemas de saúde e só um médico, com o auxílio de exames, pode diagnosticar ou descartar a doença. Uma das características do câncer é a longa duração destes sintomas. Conheça alguns deles:

Perda de peso sem explicação. A perda de 5 quilos ou mais pode ser sinal de câncer de estômago, pâncreas, pulmão ou esôfago.

Febre. A febre pode ser um sinal da doença, principalmente nos casos de leucemia ou linfoma.

Cansaço. Esse sintoma pode aparecer nos casos de leucemia ou, se o câncer causa perda de sangue, como ocorre com alguns tumores de estômago e intestino.

Dor. Ela pode ser sintoma de estágios iniciais de alguns cânceres, como os de ossos e testículos. Geralmente, porém, ela é sintoma de estágios mais avançados da doença.

Alterações da pele. Além do câncer de pele, outros tumores podem provocar alterações na pele, como excesso de pigmentação, icterícia (que deixa a pele amarelada), aparecimento de manchas avermelhadas, coceira e até crescimento excessivo de pêlos.

Há sintomas mais específicos do aparecimento de um câncer, mas eles também são comuns a outras doenças.

Mudanças de hábitos intestinais ou urinários. Prisão de ventre crônica, diarréia que não passa ou até mesmo mudança no tamanho das fezes podem ser sinal de câncer de intestino. A presença de sangue na urina, de dor ao urinar e mudanças de hábito (ir mais vezes ao banheiro ou menos) podem ser sinais de câncer de bexiga ou próstata.

Feridas que não cicatrizam. Alguns cânceres de pele sangram e parecem feridas que não fecham. Feridas na boca que não cicatrizam merecem uma visita ao médico (especialmente em quem fuma e consome bebida alcoólica). Lesões no pênis ou vagina podem ser tanto sinal de uma infecção, como de câncer em estágio inicial.

Sangramentos. Traços de sangue no catarro podem indicar câncer de pulmão. Nas fezes, câncer de cólon ou de reto. Sangramento vaginal pode indicar câncer de colo do útero. No bico do seio, pode indicar câncer de mama.

Nódulos ou caroços. O aparecimento de nódulos ou caroços nos seios, testículos, nódulos linfáticos (nas virilhas, axilas, pescoço, etc) e outras partes do corpo pode indicar a presença de um tumor. Mas só um exame detalhado pode dizer se é mesmo câncer e em que estágio se encontra o tumor. O aparecimento de um caroço, de qualquer tamanho, por menor que seja, exige uma visita ao médico.

Indigestão ou dificuldade para engolir. Esses são sinais de câncer de esôfago, estômago ou garganta.

Mudanças em pintas ou verrugas. Alterações de tamanho, cor ou forma precisam ser checadas pelo médico, pois podem ser sinal de câncer de pele, especialmente em pessoas de pele muito clara.

Tosse e rouquidão. Tosse que não passa pode ser sinal de câncer de pulmão e a rouquidão, de câncer de de laringe ou tireóide.

A confirmação ou não do diagnóstico depende de uma série de exames laboratoriais, de imagem e basicamente de uma biópsia (a remoção e análise microscópica de uma amostra de tecido), que vai indicar ou não a presença de células anormais. Esses exames vão também fornecer ao médico o estadiamento da doença, isto é, em que estágio está o câncer, se ele se espalhou ou não para outros órgãos.

Estadiamento

Saber em que estágio está o câncer é fundamental para o planejamento do tratamento. Assim, o paciente e seu médico podem discutir alternativas terapêuticas e a equipe que cuida do caso pode ter uma perspectiva mais definida das possibilidades de recuperação.

O sistema mais utilizado para isso é chamado de TNM, onde o T indica o tamanho do tumor e se ele se espalhou para outras partes do corpo; o N indica o quanto ele se espalhou para os nódulos linfáticos mais próximos e o M se já há metástase para outros órgãos mais distantes.

Geralmente, cada letra é acompanhada por um número. Um tumor T1N0M0 é um tumor pequeno, que não atingiu os nódulos linfáticos próximos e nem se espalhou pelo corpo. Essa classificação dá origem a outra, que vai de 0 a 4. E quanto menor o número, menos o câncer cresceu e se espalhou.

Tratamento

As opções de tratamento vão depender do tipo de câncer, do estágio da doença, idade do paciente, seu estado geral de saúde e, sim, suas preferências. É fundamental que o paciente discuta suas opções com o médico, faça perguntas e até consulte outro especialista, em busca de uma segunda opinião. É importante se tratar num centro especializado, que têm médicos e profissionais com larga experiência no tratamento do câncer.

Basicamente o câncer é tratado com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. É importante o estadiamento da doença, já que cânceres em estágios iniciais respondem a terapias diferentes das utilizadas em cânceres de estágio avançado.

Radioterapia. É usada para tratar câncer localizado, tanto para reduzir um tumor antes da cirurgia como para eliminar eventuais células cancerosas após a cirurgia. Atualmente, a radioterapia é uma técnica de alta precisão, que atinge de forma eficaz as células doentes e afeta minimamente outros órgãos e tecidos normais.

Quimioterapia. Diferente da radioterapia, os medicamentos usados na quimioterapia podem atingir qualquer parte do corpo, através da corrente sanguínea. Na maioria das vezes, é utilizada uma combinação de drogas - administradas por via oral ou injetadas - em ciclos, que se seguem a períodos de recuperação, ao longo de seis meses, em média. Após as cirurgias, ela reduz bastante o risco de reaparecimento do câncer.

Imunoterapia. São terapias que usam a habilidade do próprio organismo de combater a doença, já que há fortes indícios de que o nosso sistema de defesa tem papel importante na resposta ao câncer. Ela pode ser usada de forma combinada com radioterapia e quimioterapia.

Terapias alternativas

Elas não fazem parte do tratamento-padrão de câncer e podem incluir a administração de complexos alimentares, vitaminas, ervas e massagens com objetivos curativos, etc. A maioria das terapias não tem benefício comprovado. Além disso, algumas ervas e complementos podem trazer danos ao paciente que se trata de câncer. Por isso, é importante discutir qualquer terapia alternativa com o médico ou equipe que acompanha o tratamento antes de aderir a uma destas opções.

O objetivo do tratamento é a remissão do tumor, período em que a doença responde ao tratamento ou fica sob controle. Remissão total é a ausência de sintomas e sinais do câncer. Durante o tratamento, quando o tumor é reduzido mas não desaparece, diz-se que há uma remissão parcial. Remissões podem durar de semanas a vários anos. E remissões completas podem se prolongar por anos e ser consideradas curas.